Visãointernacional do Brasil: como o país é visto pelos grandes players mundiais planosde saúde?
O Brasil, com sua vasta população e sistema de saúde emconstante desenvolvimento, apresenta um paradoxo para os gigantesinternacionais da saúde. Por um lado, é inegável o potencial do mercadobrasileiro. Há, evidentemente, uma demanda crescente por serviços e tecnologiasmédicas de ponta. Por outro lado, há vários desafios que precisam ser superados.Diante desse cenário, como será que o país é visto lá fora?
Neste artigo, abordaremos a visão internacional sobre essesdesafios, como a burocracia e os processos regulatórios, assim como asoportunidades existentes no sistema de saúde brasileiro.
Oportunidades de investimento no setor de planosde saúde brasileiro
Sem dúvidas, o setor de planos de saúde brasileiro está emfranca expansão. O Brasil é o maior mercado de saúde da América Latina e um dosmaiores do mundo.
Com uma população de mais de 210 milhões de pessoas, o paísapresenta uma demanda crescente por serviços de saúde. O crescimento éimpulsionado pelo envelhecimento da população, assim como pelo aumento daprevalência de doenças crônicas e maior conscientização sobre a importância dasaúde.
O sistema de saúde suplementar
Todo esse cenário torna robusto o sistema de saúdesuplementar do país. O Brasil soma mais de 47 milhões de beneficiários deplanos de saúde privados. Dessa forma, o mercado representa uma oportunidadesignificativa para empresas internacionais que desejam expandir suas operaçõese oferecer serviços de alta qualidade. Claro, serviços esses que devem seguiras normas definidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão queregula o setor, garantindo um ambiente de negócios relativamente estável eprevisível.
Exemplos do interesse internacional aqui em nosso país nãofaltam. Contudo, a oportunidade vem acompanhada de importantes desafios, queprecisam ser superados de modo que esse olhar internacional se concretize emsucesso por aqui. Basta observar:
Novos medicamentos X morosidade e preço
Grandes empresas farmacêuticas, como Novartis, Pfizer eJohnson & Johnson, nos reconhecem como mercado estratégico. Aliás, ademanda por medicamentos inovadores para doenças crônicas, como diabetes ecâncer, é alta.
Contudo, a morosidade nos processos de aprovação de novosmedicamentos e a busca por preços mais acessíveis por parte do governo exigemestratégias adaptadas à realidade brasileira.
Tecnologia X infraestrutura
Por sua vez, na área de tecnologia médica, gigantes comoSiemens Healthineers, GE Healthcare e Philips enxergam oportunidades namodernização do parque tecnológico brasileiro. A telemedicina, impulsionadapela pandemia, também desponta como área de investimento promissora.
Ademais, o Brasil também é visto para adoção de tecnologiasde saúde, como inteligência artificial e big data. Empresas internacionais dessesegmento enxergam aqui um mercado promissor para a introdução de soluçõesinovadoras que podem melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços de saúde.
Porém, a desigualdade na distribuição da infraestruturapelo território representa um desafio logístico considerável.
Novos modelos X complexidade do sistema
Em mais um exemplo, redes hospitalares e seguradorasinternacionais, como UnitedHealth Group e Humana, também voltam seus olhos parao Brasil. Elas são atraídas pelo crescimento da saúde suplementar. Atualmente,a classe média em expansão busca planos de saúde mais abrangentes, abrindoespaço para novos modelos de atenção médica.
Todavia, a complexidade do sistema regulatório e anecessidade de adaptação a modelos de negócio locais exigem análisescuidadosas.
Inúmeras possibilidades
Para além das oportunidades e respectivos desafios acima, osetor é terra rica em possibilidades. As Parcerias Público-Privadas (PPPs), porexemplo, são uma estratégia cada vez mais utilizada para melhorar ainfraestrutura de saúde no Brasil.
Grandes players internacionais têm a oportunidade decolaborar com o governo brasileiro em projetos de construção e gestão dehospitais, clínicas e outras instalações de saúde. Assim, podem contribuir paraa modernização do sistema de saúde do país.
Desafios regulatórios e jurídicos
Diante desse contexto, podemos entender que o Brasil cativainteresse internacional, mas carece de melhor ambiente regulatório para que asoportunidades de fato se consolidem e se concretizem.
Esse complexo ambiente regulatório passa pelo conjunto denormas da ANS, que regula os planos de saúde, bem como pelas normas da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que supervisiona a aprovação demedicamentos e dispositivos médicos. Ou seja, empresas internacionais devemnavegar por esse labirinto regulatório para garantir a conformidade com todasas normas e regulamentos de forma a operar sob as regras no país.
Burocracia e tempo de aprovação: os obstáculos
Inegavelmente, a burocracia e o tempo de aprovação de novosprodutos e serviços de saúde no Brasil podem ser colocados como dois grandesobstáculos nessa expansão e nessa visão internacional.
A morosidade vale tanto para a aprovação de novosmedicamentos, como para dispositivos médicos. Esse longo tempo de aprovaçãopode afastar a vinda de soluções importantes para a saúde por parte dasempresas internacionais.
Tributação e custos excessivos: mais sinais dealerta
Para além da burocracia e da demora na aprovação demedicamentos, não podemos deixar de destacar outros sinais de alertadesafiadores: os custos e a tributação.
Os custos operacionais no Brasil são altos em comparaçãocom outros mercados emergentes. Igualmente alta é a carga tributária nacional. Empresasinternacionais devem considerar esses fatores ao planejar suas operações nopaís.
A complexidade do sistema tributário brasileiro também poderepresentar um desafio, exigindo uma compreensão detalhada das leis fiscais e acontratação de consultores especializados, o que também afeta os custos para aoperação.
Entradas internacionais e implicações aosistema de saúde do país
Enquanto reconhecem o potencial do mercado, os playersinternacionais demonstram cautela diante dos desafios. A estabilidadeeconômica, a segurança jurídica e a previsibilidade regulatória, então, sãofatores cruciais para transformar o potencial brasileiro em realidade. Aovencermos esses desafios, teríamos inúmeros benefícios para o avanço da saúdeno país.
Implicações para o sistema de saúde brasileiro
Melhoria da qualidade dos serviços
A entrada de grandes players internacionais no mercadobrasileiro pode levar a uma melhoria na qualidade dos serviços de saúdeoferecidos. Sem dúvidas, empresas internacionais trazem consigo práticas degestão avançadas, tecnologias inovadoras e padrões de qualidade elevados, quepodem beneficiar os pacientes brasileiros.
Acesso a novas tecnologias
A presença de empresas internacionais no Brasil podeacelerar a introdução de novas tecnologias de saúde. Demos como exemplo a telemedicina,o uso de inteligência artificial e de dispositivos médicos avançados. Essesrecursos, então, podem melhorar a eficiência do sistema de saúde, reduzircustos e proporcionar melhor resultado para os pacientes.
Competição e redução de custos
A maior concorrência e, por consequência, a redução decustos, é outro benefício com a entrada de novos players no mercado. Com maisopções disponíveis, os pacientes ganham poder de escolha de serviços e produtosde saúde, incentivando as empresas a oferecerem preços mais competitivos e amelhorar a qualidade dos serviços.
Esse movimento, claro, também provoca as empresasbrasileiras. Diante da concorrência internacional, precisarão invistam eminovação, melhorar a eficiência e adotar práticas de gestão avançadas para semanterem competitivas.
Mercado para todos
Em síntese, o Brasil representa um mercado atraente edesafiador para grandes players internacionais da área de saúde. Há sim muitasoportunidades de investimento. Isso, desde que essas empresas internacionais venhampreparadas para enfrentar um ambiente regulatório complexo, altos custosoperacionais, entre outros desafios aqui destacados.
Para o beneficiário, essa entrada de grandes players podetrazer como vantagem a melhoria da qualidade dos serviços de saúde, inclusivepara as empresas brasileiras, além do acesso a novas tecnologias e a redução decustos.
Em última análise, a presença de grandes playersinternacionais no Brasil tem o potencial de transformar o sistema de saúde dopaís. O futuro da saúde no Brasil dependerá, contudo, da capacidade do país ematrair investimentos, promover um ambiente de negócios mais competitivo egarantir o acesso à saúde de forma justa e igualitária.
Para alcançar tudo isso, a sinergia entre o setor público,a iniciativa privada e a sociedade civil é fundamental. A transformação deveser acompanhada de uma regulação eficaz e de políticas que garantam a proteçãodos direitos dos consumidores, bem como a sustentabilidade do sistema de saúdebrasileiro.
É assim que o Brasil ocupará, realmente, o lugar dedestaque que lhe cabe no cenário global da saúde.